A loucura escreve sobre o piso de madeira minhas loucas fantasia,meus loucos anseios,desejos trancados,aprisionados.Letra por letra,palavra por palavra.Escreve sutilmente com seus dedos manchados à sangue,tão deliciado com tal ação que parecia estar desenhando minha alma nua.
Seu sorriso sacana exprimia uma ideia sem tempo,uma ação sem reação,algo fora do comum.
Seus olhos penetrantes se juntava ao seu rosto atraente e contornava em mim uma fatal atração que não saberia dizer a você,talvez não saberia dizer ao meus próprios "eus".Tocava em minha pele,juntando-se a mim em uma dança macabra e sem volta,entre músicas e compassos desajeitados que meus pés não conseguiam acompanhar,havia uma gargalhada,havia uma escada que lentamente eu ia descendo,me chamando aos sussurros em meu ouvido.
A loucura então,buscou na cozinha,que eu não conseguia distinguir para que lado estava,um copo de água,ofereceu à mim quase com o nome de pecado.E eu bebi,violentamente,cada gota que existia naquele maldito copo,como se eu quisesse me lavar,me livrar de algo que continha dentro de mim.
Meus gritos saiam no silêncio como algo quase que indefinido,como um delirante calar.As barras de ferro que me limitavam por dentro de mim exibiam o nome de pensamento,exibiam o nome de moral,do correto não dito.Oras,que correto era este?
Lição que jamais aprendi,obediência que jamais me conformei,leis que jamais sonhei.
clandestina,a loucura,que até então deitado no piso frio,escreveu meu último traço,meu ultimo segredo.Levantou-se quase em câmera lenta,usou alguns descompassos que não eram medidos por coisa alguma,atravessou as barras como se fossem obstáculos algum.
abraçou-me como um amigo eterno,e de forma que não compreendo,me beijou como um amante,em meio a escuridão que se formava dentro de mim.
Com seu sorriso sacana,com seus olhos penetrantes,com seu rosto quase que divino,sussurrou ao pé de meu ouvido algo que não captei,mas traguei,sem nem mesmo pensar.
Algo,que esteve desde o inicio,pintado com vermelho vivo,dizia : adeus,satã.
O correto foi-se embora,junto ao tolo.