terça-feira, 26 de abril de 2011

Amnésia.

Eu já não me lembro mais da sua voz no meu ouvido,corpo colado ao meu....a noite caindo até transformar-se em dia...não lembro mais,admito isso com certa vergonha,mistura de medo e raiva.
não,não lembro.
E é como se eu perdesse um instante de mim,um pedaço da alma,já não te tenho em meus braços,e não lembro de algum dia ter tido esse prazer.Não me lembro mais das suas músicas,das nossas músicas,de seus amigos,de nossas festas,nossas cantorias...amor fora de época,não lembro.
E escrevo trêmula,raiva e medo.
Raiva por que eu nunca amei alguém,alias...amor é algo dificil para compreender...não sei se senti amor por você,mas sei que senti algo o suficiente para marcar meu espirito e banhar meus sonhos com alegria,esperança.Me dá raiva por ter esquecido esses tempos,não que eles estivessem de fato longe do meu presente,ao contrário,estavam perto demais,você era o meu presente.Eu tenho raiva desse todo ter ido embora de minhas lembranças como grãos de areia em ventania.
Tenho medo....medo por que,me agarrei em algo tão forte quanto você,tão forte quanto o que sentia por você...e de repente,tudo o que havia agarrado foi-se embora conforme o tempo.E o tempo,minha cara,andou rápido,tão rápido que já não pude perceber a velhice entrando minhas veias e esculpindo meu rosto ora jovem.Não sei mais em que irei me agarrar...o futuro?seria uma ironia.Sempre Vivi do instante,do momento,do meu querido presente,não me agarro a incertezas.

Admito ,não me lembro do teu nome,da tua idade ou onde moras. não me lembro de nada que venha de você...não me lembro do teu cheiro,do seu abraço,do seu beijo,das suas palavras doces,dos finais de domingo,nada.

Eu não lembro de ter vivido qualquer instante da minha vida com você.
então por que eu te tenho tão viva em mim?
É tão dificil me lembrar de como me esquecer de você.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Era sempre assim.

Sonhei com uma mulher linda.Não era como se fosse a primeira vez.Esse fato aparecia com uma certa frequência.
Sempre a mesma mulher.Com o mesmo cabelo.Mesmo olhar de tristeza...um olhar de tristeza tão grande,como se ela estivesse decepcionada comigo ou algo do gênero.
Ao meu entender,parecia que já nos conhecíamos e que nossa relação era conturbada.
Não importa aonde eu estava no sonho.Um castelo,uma floresta,brasilia,nuvens.....tanto faz.
Ela aparecia.

ficávamos uma de frente para a outra.O resto ficava lento ,suave e pouco me importava.
Olhos azuis,pele branca.Tristeza.
A culpa era minha,sempre era.O engraçado disso é por que quando ela falava no sonho ...ela me pedia desculpas,sempre achei tão incorreto isso.As vezes eu a abraçava,então misteriosamente assim como veio,ela desaparecia.As vezes eu falava "não posso lhe perdoar"...
Sim,mudava.Mas nunca mudava a forma de como eu acordava no dia seguinte

Sempre triste com uma sensação de vazio no corpo.Eu ficava triste o restante do dia.
Seria estranho para você,andrea,se eu falasse que essa garota era parecida contigo?e quando eu digo parecida....eu digo idêntica.Igual.Agora que vejo bem,talvez essa garota SEJA você.

O que eu não entendo,andrea... é que te conheci hoje.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Correio Elegante 03


Este será mais um post mensal
Agora todos os posters dessa continuação serão postados no dia 20.
Caso queiram ler posters anteriores : Correio Elegante 02
Azul será escrito pelo garoto e Rosa pela garota.
Neste post, participação especial do @imsosinful

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Garoto Nerd

O corredor estava abarrotado de pessoas, me esquivava dos valentões para não receber nenhuma porcaria na minha cara. Da ultima vez, fiquei quase uma semana para tirar o odor de ovo que tinham me jogado. Andei ate o meu armário para pegar o livro da próxima aula. Era aula de Historia Antiga. Girei o cadeado até abrir a porta. Retirei o meu livro e coloquei na minha mochila surrada. Senti um leve toquei nos meus ombros, tremi um pouco pensando que seria um daqueles brutamontes do time de futebol. Vir-me-ei devagar, minha mão tremia de leve. Era a garota do correio elegante.

Ela tinha um pedaço de papel vermelho nas mãos, ele tinha um formato de coração e algumas coisas rabiscadas. Peguei o papel e sorri para ela. Pude vê-la sumir entre os outros alunos. Coloquei o papel na minha mochila e fui para a segunda aula.

A porta da sala ainda estava aberta quando cheguei, entrei e fui para o meu tradicional lugar. Ela já estava na sala, rodeada de garotas. Pareciam fofocar de alguma menina, pois riam loucamente e de vez em quando apontavam para uma garota de trancinhas. Quando elas me viram, parecia que o assunto tinha terminado. Fiquei sem graça, mas continuei a andar ate o meu lugar. Coloquei a minha mochila sobre a mesa.

Comecei a pensar porque o assunto tinha terminado quando elas me viram entrando na sala, isso nunca tinha acontecido antes, minha presença nas aulas não era notada por quase ninguém a menos pelos professores. Será que tinha alguma coisa com o papel que tinha recebido alguns minutos atrás? – e comecei a viajar nas minhas idéias, enquanto a aula de História Antiga tomava o seu rumo – até que o sinal bate e me acorda do êxtase. Fora da minha rotina, sai depressa da sala, corri entre centenas de armários e encostei-me à parede.

Apertei minha mochila contra meu corpo, cada vez mais transpirava nervoso esperando o que eu podia encontrar escrito naquele pedaço de papel, minha mão começou a passar ao redor da mochila procurando uma abertura no qual ela pudesse entrar, pegar o papel e finalmente poder ler o seu conteúdo.

"Quem é você?" – estava escrito com a uma caligrafia singular e distinta.

Sorri um pouco, parecia que a minha tentativa de chamar a atenção dela tinha funcionado. Apoiei na parede, peguei uma caneta e respondi a sua pergunta. 


“Um admirador secreto.”


 Guardei a caneta no bolso da minha mochila. Agora só me restava encontrar a garota do correio. Em milésimos de segundo, fui cercado pelo capitão do time de futebol. Ele não estava sozinho, estava com dois atacantes do time. Os braços deles eram muito grandes, a possibilidade de sair ileso dali era nenhuma. Amassei o pedaço de papel e coloquei-o atrás de minhas costas. Se ele souber que aquele correio é para a Garota mais popular da escola, definitivamente estou morto. O que eu faço agora?




terça-feira, 19 de abril de 2011

Silêncio.

eu te amo tanto que se você me desse uma brecha agora,eu largaria qualquer garota para estar com você.
e todas as vezes que te vi,ou que ainda irei ver...vai ser como se fosse pela primeira vez,a mesma euforia.A mesma desordem,o mesmo caos.Palavras fugindo da minha língua,não consigo organizar frases,não consigo sorrir,chorar ou rir.nem mesmo conversar.nada.É algo tão forte que mesmo nesses 3 anos de convivência ainda parece o mesmo.é tão inexplicável,complexo e forte.Eu não consigo lidar com isso de forma alguma.Vivo de improvisos,do surreal.Dói.Você não tem noção do quanto.Vai além de mim.
Você nunca notou.E eu não te culpo por isso,de verdade.
Eu gosto tanto do misterioso,de explorar,me fascina conhecer as pessoas através de seus movimentos.decodifica-las.aprende-las.Para mim é lindo.
O silêncio.A fala.O bater de mãos.
Abraços.Beijos.Olhares.O corpo.Tragar.Comer.Andar.

tudo se comunica.Se expressa.

E eu sou tão estúpida com isso que as vezes penso que as pessoas são iguais a mim neste aspecto
então sempre exijo muito delas,até mesmo de você.
Eu sou calada quando estou contigo.
A verdade é,meu silêncio fala mais do que tudo.Aliás,meu silêncio grita.
Ele grita de tristeza,medo,alegria,surpresa...Tudo.
O silêncio grita,mas ninguém o ouve.

Para começar a decifrar alguém,para me decifrar e TE decifrar,
basta escuta-lo,ele tem muito a dizer.

E seu silêncio,T,
diz que você não sente o mesmo que eu sinto.
Em você espelha o vazio e a frieza.
e deve ser exatamente por isso que te amo tanto.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ele ou ela?

Cara, minha mente está completamente confusa. Não sei o que eu quero da minha vida. Tenho milhões de duvidas. Não sei se gosto de meninos ou meninas. Os meninos me atraem de uma forma diferente. São as suas feições, o desenho do queixo, o jeito de como eles falam, são protetores. As garotas são meigas, femininas e delicadas. Mas ultimamente as coisas não andam conforme eu esperava.

As vezes, sinto que as meninas não fazem o meu tipo. Outras vezes são os garotos.

Quer saber, tenho que deixar de ser sentimental. O cara que tinha milhões de dúvidas está para trás, agora ele quer respostas. Quem me atrai? Os garotos ou as garotas? São os dois. E isso não vai fazer de mim, menos fraco que as outras pessoas. Somente tem mais chances de pegar alguém.

domingo, 17 de abril de 2011

Feliz aniversário.

Alegria de pobre dura pouco, já ouviu essa expressão? Pois é, acho que o único defeito dela é apenas esse pobre. Porque a infelicidade, infelizmente não faz distinção entre ricos e pobres. Tudo parecia estar bem na minha vida, emprego bom, independência quase que completa, pois me mudaria da casa de meus pais em questão de semanas, inicio de namoro, enfim tudo uma maravilha. Quer dizer, até aquele dia é claro.

Era uma quinta-feira por volta das dez horas da noite, eu e minha família voltávamos de um jantar fora, pai, mãe, irmão, irmão e claro, eu. O jantar foi maravilhoso, restaurante bom, comida deliciosa, nos divertimos muito. Aliás, era um hábito jantarmos fora as quintas e em geral os jantares eram sempre divertidos. Estávamos voltando para casa, minha mãe e irmã resolveram passar na casa de uma amiga, nos os homens iríamos pra casa esperar a ligação delas e então buscá-las e assim encerrar aquela divertidíssima noite.

Entramos em casa e antes que pudéssemos notar qualquer coisa, fomos surpreendidos por dois homens e logo duas armas estavam apontadas para a minha cara e a de meu pai. Nossa casa estava sendo roubada, mas como?
Vivíamos em um bairro bom, rico! Aquilo devia ser impossível, algo que só acontecia em filme. Logo berraram algo para nos, algo que eu não compreendi bem por estar perdido no meu medo e choque, apenas imitei meu pai e irmão. Fomos levados até o quarto de hospedes, onde um terceiro marginal nos aguardava. Primeiro entraram meu pai e irmão, em seguida eu que por um instante fitei aquele que seria nosso vigia. Fazia o tipo forte e aparentemente truculento, seu olhar era o pressagio de uma sede de sangue e uma raiva comparável ao das bestas selvagens. E com apenas um simples olhar um medo ainda mais profundo se apossou de minha alma e talvez o ódio na dele, pois me deu uma coronhada na nuca e me chutou para dentro do quarto.

Cai batendo com o queixo no chão e quando meu pai e meu irmão tentaram, em vão, me por deitado na cama, o nosso bestial carcerário berrou que nos devíamos ficar sentados no chão, distantes um dos outros. Encolhi-me em um canto, com as pernas apertadas contra o peito e olhava fixamente para aquele monstro a minha frente, era estranho ver que em uma situação como aquela ele estava totalmente calmo, lembrava um predador que apenas brincava com suas vítimas antes de devorá-la. Aliás, não era apenas calma que seu rosto mostrava, ele parecia estar se divertindo com aquela situação, a sensação de poder perante nós devia fazê-lo se sentir como um juiz, decidindo quem vive e quem morre. Quando aquela odiosa besta percebeu que eu estava olhando para ele, dirigiu-se até mim, chutou minha perna e me deu vários socos na cabeça e esbravejou algo sobre eu ser uma bixa nojenta e de como ele iria me matar e logo apontou a arma para meu pai que naquele momento parecia que iria voar em cima daquele sujeito, fazendo com que ele desistisse da idéia de atacá-lo. Logo voltou para perto da porta, onde tinha uma visão de todos nós.

Minha respiração estava ofegante, meu coração batia rápido e para completar, todos aqueles socos fizeram com que eu tivesse um ataque fulminante de enxaqueca. Minha cabeça latejava e doía como se estivesse sendo acertada por socos e ponta pés. Apoiei a cabeça na testa e fechei os olhos, na esperança de conseguir me acalmar. Tentativa em vão, já que logo aquele homem maldito começou a falar, quase gritando, coisas sobre como estava decepcionado por não ter nenhuma mulher ali, e como ele as estupraria e a levaria para o morre, iria entupi-la da drogas e depois a estupraria de novo e quando ela se desse conta, estaria dando a bunda para qualquer um que pudesse lhe comprar uma pequena pedra de crack. Também falou sobre como iria nos matar depois que tivessem saqueado nossa casa e eu me lembrei do brilho da arma dele, brilhava com a pele de uma cobra pronta para dar o bote.

Aquele inferno durou exatamente três horas. Cerca de meia-hora depois dos bandidos terem ido embora minha mãe e minha irmã voltaram para casa e meu pai contou tudo o que havia ocorrido a elas. Então ficou resolvido que todos iriam prestar queixa na delegacia, menos eu, pois estava com uma grave enxaqueca e queria dormir.

Deitei-me na cama e fechei os olhos, só queria dormir e esquecer esse dia terrível. Mas foi inútil minha mente foi invadida por imagens de meus pais mortos, minha irmã sendo violentada e ao fundo podia ver aquele sujeito animalesco com seus olhos brilhantes, brilhantes como a arma que carregava, sorria e estuprava minha irmã. Outros pensamentos também invadiram minha mente. Por que com a gente? Éramos uma família boa, que ajudava os necessitados, estudiosos, religiosos, nunca fizemos mal a ninguém. Morávamos em um bom bairro e sempre dávamos esmola para os pedintes. Então por que meu Deus? Por que? Por que? Por que? Já exausto, dormi e tive pesadelos com o que tinha acontecido naquele dia.

Demorei exatamente dois meses para me recuperar do trauma vivido naquela quinta-feira, freqüentei psicólogos e psiquiatras e fiz terapias em grupo e individual quase diariamente. Agora parecia curado Voltando de mais um dia de trabalho estava ansioso para chegar a minha casa, porque iríamos jantar fora de novo depois de tanto tempo. Mas antes de entrar em casa, vi um vulto através da janela da cozinha e parecia que ele ia em direção a sala. Um medo repentino se abateu sobre mim, não queria ter que viver aqueles momentos de novo, as imagens a tanto esquecidas voltavam a minha mente e a voz daquele homem também. Mas ao mesmo tempo senti ódio e queria me vingar de tudo que havia acontecido comigo e nesse ímpeto peguei um taco de baseball (dos tempos que eu tentei jogar) que fica sempre no quintal, entrei pelos fundos da casa e me esgueirando sorrateiramente cheguei até a sala, estava tudo escuro, mas lá estava o vulto no meio da sala parado. Ergui o taco e acertei com toda a minha força a cabeça daquele canalha e no mesmo momento as luzes acenderam as luzes e eu pude ver meu irmão caído no chão com o crânio rachado e uma poça de sangue ao redor. Parabéns para você.


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galera,
peguei esse texto do monster lá do blog dele (about words and worlds)
para meio que comemorar o inicio dele no blog.
é isso aí. :D

sábado, 16 de abril de 2011

Refúgio 06

Bom, agora todas as postagens de Refúgio serão postadas todos os dias 16 de cada mês.
Isso irá facilitar o acompanhamento dos nossos leitores.
Caso queiram acessar Poster Anterior :  Refúgio 05
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Minha mente esta em outro lugar. Nunca tinha me distraido desse jeito nas aulas. Percebi que estava segurando um lápis de escrever, rabiscava alguma coisa no meu caderno de matemática. Tinha um pergunta que se repetia muitas vezes. Era simples, mas ao mesmo tempo complexa. Quem era ela? Magnífica criatividade, esplêndida forma de me cativa. Nunca, em hipótese alguma, iria fazer tudo o que ela fez para mim por  alguém. Acho que isso está muito além da minha compreensão. Cara, já estou me distraindo outra vez. Isso esta ficando muito intenso nesses últimos dias. Tudo o que eu faço ou o que eu toco, perde todo o encanto. Talvez seja porque eu esteja esperando algo de encantador acontecer, algo surpreendente. O sinal da aula tocou. Está na hora de ir.


Direcionei-me  para o banheiro. Aquele que um dia me acolheu quando precisava, agora nem sei mais o que eu quero da minha vida. Abri a porta. O piso, as paredes, as privadas, os espelhos, tudo ainda estava escrito com a caligrafia que há tempos reconhecia. Caminhei ate o ultimo box do banheiro, joguei a minha mochila no chão e sentei-me sobre a privada. Minha mente esta uma bagunça agora. Não tenho a mínima ideia do que fazer. Finalmente existe uma pessoa que fez coisas extraordinárias por mim e, acho que, não lhe dei o devido valor. Me sinto estranha, envergonhada.


Levantei-me da privada, abri minha mochila e peguei os papeis que tinha retirado da árvore da escola. Ainda não acreditava no que estava escrito em todos os três papeis. "O que mais preciso fazer para te surpreender, Minha amiga?" Pensando bem, nem aquilo que estava em toda parte daquele banheiro. "Eu acredito em você!" 


Cara, não posso deixar que tudo o que esta acontecendo na minha vida agora passe a ser mais uma lembrança ou algo do que eu me arrependerei pelo resto da minha vida. Levantei-me daquele piso. "Não posso ficar parada, preciso fazer alguma coisa por ela." Joguei os papeis sobre a minha mochila, sem perceber eu estava olhando para uma coisa tão obvia que somente precisava de um tempo para mim perceber. Aquilo estava o tempo todo ali, mas eu nunca tinha percebido. Uma ideia surgiu na minha mente como uma pequena chama, que a medida que eu olhava aquilo essa chama ganhava forma e energia. Ia se expandindo e se tornando cada vez maior. Guardei os papeis dentro a minha mochila, peguei-a e retirei algo que começou tudo isso. O meu canetão. Agora sim, eu estou pronta para dar o troco.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Comunicado.

Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Tarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.

Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.

Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.

E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.

Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.

Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?

Quero então compartilhar essa ideia com todos.

Sejamos gays.

Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY

Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:

1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY

2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com

3) E só :-)

Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.

A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.

Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.

As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.

Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.

— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —

N/A : claro,que eu deveria dar o ctrl C + ctrl v nessa mensagem.Concordo,assino embaixo e mais: irei participar lógico,contibuindo com a foto + hashtag #eusougay ,acho que deveriam fazer o mesmo.


só isso.


(via http://projetoeusougay.wordpress.com/ )


domingo, 10 de abril de 2011

É.

É confortante, o jeito que toca, me assopra , me solta.
me arranha, me chama, me leva pra cama.
me diz que quer mais, faz uma cara e abstrai.
É confortante, o jeito que leva e traz
o jeito que diz que é capaz
os modos de amor, ódio e terror
É confortante, o quarto escuro com a lâmpada acesa
o tom avermelhado, o teu braço machucado
o tom do sabor
a beleza da cor
é confortante, sentir tuas mãos
rolar feito pião
sem ter hora para acabar, sem ao menos nem pensar
que a noite se vai, e eu continuo te querendo mais e mais.



quarta-feira, 6 de abril de 2011

Garota,

Tua alma es pura, única.
Sua respiração muda vidas, transforma coisas.
Tu tens o dom.

Es bela e meiga. Sua aura es magnífica.
Porém não deixe sofrer, não deixe se magoar.
Não derrubes lagrimas, não se sinta frágil
Tu sabes que bem lá no fundo que es forte
Que es majestosa, divina.

Sabes de sua magia, mas também sabes de seus medos e defeitos.
Não deixe que eles façam de você fraca, covarde.
Domine-os, curve-os sobre seus pés.
Faça deles seus servos, seja uma soberana.
Seja uma Garota.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Garotas,

Tem o pleno poder, mas poder de quê?

Tem o pleno poder, poder de voar? 
Tem o pleno poder, poder de quê? De voltar?
Mulheres do novo século, vulgo, garotas. 
Garotas que tem o poder em suas mãos. 

Elas não têm defeitos, nem qualidades,
Não são lindas, e nem sereias, apenas morenas, 
Morenas de felicidade, não se sentem sozinhas, 
Apenas amam, e amam por inteiras,

Amar tê-la-ia ao seu lado, se não tivesse lhe perdido,
Lhe perdido para o século. 

 O eu te amo, não tinha a sonoridade como de antes,
O luxo, esdrúxulo, flores cheirando a jasmim,
Seu coração, já não lhe servia. 
O que queria agora de mim? Diz-me pra aonde ainda posso ir? 
Lindas, serenas de noites encantas, garotas, que pedem apenas o amor,
Amor que por vezes se confunde na traição...


 E sempre lhe perguntam: Que poder tenho eu? 

E eu lhe respondo como uma brisa a bater em seus ouvidos:
Vocês têm o poder de amar, o poder de mudar, o poder de ouvir,
De fazer com que palavras se tornem apenas gestos,
E que esses gestos possam ser lembrados para todo o sempre, 
Comparados com as palavras, mas que não se perdem a um simples vento...
Vocês têm o poder... Poder de quê? 

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domingo, 3 de abril de 2011

Garota,


Sua boca me atrai, seus olhos me seduzem, e suas falas emboladas me induzem a pensar em coisas que nunca achei que fossem passar pela minha cabeça.

As vezes, quando estou com você, sinto minha boca seca, implorando por um beijo seu. As vezes, quando penso em você, me encontro sorrindo igual uma completa idiota, pensando em coisas fofas, sentindo coisas, talvez algo chamado amor, que eu nunca seria capaz de sentir por outra pessoa.

Você me conquistou como qualquer um nunca fez, você tirou aquele orgulho besta que eu sempre tive, de confessar um amor, de pedir desculpas por causar dor, ou até me perdoar por senti-la.

Você é diferente, você me faz sorrir de manhã, de tarde e de noite, você que me faz rir retardadamente apenas com uma mensagem, foi você quem roubou meu coração... E quer saber, pode ficar com ele, confio em você para te dá-lo, agora ele é seu.


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texto da Jackie.

Lágrimas e Chuva


Era praticamente perfeito, a chuva caia lá fora enquanto eu estava  esperando ele voltar. Eu observava as gostas de chuva cairem pela janela e escorrem ate pingarem no chão molhado do lado de fora. Minha paixão pelo Kid Abelha, me fez por um leve segundo lembrar de uma das minhas preferidas músicas. Onde o meu pensamento se fez  e junto com a cada gota da chuva, me fa pensar em como aquilo descrevia tanto a nossa relação.

A minha respiração estava deixando a janela embaçada. Limpei-a com a manga da minha blusa de frio que ele tinha me emprestado. A porta do quarto estava fechada. A nossa cama ainda estava desarrumada. Nem acreditava no que tinha acontecido naquela noite. Dei um sorriso meio bobo, mas sabia que era verdade. 

Sim, por mais que eu quisesse que fosse verdade a minha mente viajou.  Tentando buscar algum momento ou até uma cena que me lembre de tudo. Novamente aquele sorriso bobo veio ao meu rosto e eu pude então, relembrar de tudo, enquanto a chuva caia lá fora. Eu viajava nos meus pensamentos e com as pernas entre as minhas mãos pude então ficar a mercê da lembrança de suas palavras, repetidas ao um pequeno raio de luz. Ouvi a maçaneta da porta girar, lentamente ela se abria. Era ele. Sem perceber eu o olhava de baixo para cima. Ele estava descalço, usando apenas uma calça de moleton cinza. Não vestia uma  blusa, seu corpo era definido e moreno. Sabe aquele moreno queimado de sol? Era esse moreno. Seu rosto não tinha uma presença de pelos. Nas mãos, carrega duas canecas. Ele sorriu quando me viu. 

Era o sorriso mais lindo que eu tinha visto na minha vida. Eu, meio bobo, e não acreditando naquela cena, cheguei um pouco pro lado. Cobri as minhas mãos com a blusa de frio que estava vestido apenas e sorri. Um sorriso pequeno, porém, o mais sincero que eu já dera um dia. Houve uma reciprocidade no sorriso,e sim, eu pude ter absoluta certeza no que havia acontecido ontem. Ele chegou perto de mim, passou a mão no meu cabelo ainda bagunçado, me deu um beijo no rosto, e disse perto do meu ouvido:

- Bom dia! - Aquelas duas pequenas palavras entraram no meu ouvido, aquecendo de um modo, em que nunca senti antes, por mais coberto estivesse.

Ele me entregou umas das canecas. Era café. Estava esfumaçando de tão quente. Assoprava-o para poder esfriar um pouco. Olhava de vez em quando para ele, enquanto tomava alguns goles. Ele era lindo daquele jeito, tão natural e  protetor. Coloquei a minha caneca no chão. Ele olhou para mim.

Olhava ainda para o fundo da caneca, estava de um jeito desconfortável. Não queria que os meus olhos cruzassem com o dele, e então ele pegou na minha mão - quente, por sinal - e começou a afagar junto a minha, e com simplesmente um toque na minha pele ainda fria, olhei diretamente para os seus braços, morenos, que exalava uma sensação de proteção. Fui subindo pelos braços, pelo seu ombro, e meus olhos então encontraram com os seus olhos numa tênua sensação de alegria, ao revê-los novamente.

Seus labios finos e rosados encontraram com os meus. Uma subita sensação preenchia o meu corpo. Não sei identificar direito, mas tinha uma noção do que era. Era amor. É impossivel descrever, nunca tinha sentido aquilo antes. A sensação se alastrava por todo o meu corpo. Minha mente gravava aquele momento. 


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Esse post foi escrito por mim e por um amigo.