segunda-feira, 18 de julho de 2011

Confesso.

Tenho que te confessar algo,
Os dias não são mais os mesmos sem você, e ficam tristes quando não acordo com seu sorriso. A primavera não tem mais graça, o verão não é tão quente e o inverno nunca foi tão frio.
É muito difícil deitar em minha cama e não ter a quem abraçar, as vezes passo noites em claro esperando alguma mensagem sua, algum telefonema, algo, por mais sutil que seja.
Me apaixonei por seu sorriso, por seu cheiro, por seus cabelos, por seu corpo, sua voz, sua risada, seu mau-humor... Me apaixonei por cada milimetro do seu corpo, cada célula, cada átomo, de sua pele até sua alma.
E sim, eu sei que isso parece cliché ou exagerado demais... E também sei dos riscos que corro após essa minha fala... Não tenho medo. Não tenho medo do sofrimento, não tenho medo do 'não', eu sou uma louca, uma tola. Talvez tenha que me internar.
É, eu estou apaixonada. Loucamente apaixonada por você.
E se quiser agora se desfazer desse abraço, nunca mais me beijar, você pode.
Eu entenderia. Ou talvez não, mas tentaria.

Se transformou no meu mundo. E não consigo me concentrar direito. Não consigo mais ver as coisas da mesma forma, nem usar minhas drogas.
Todas as viagens são suas. Todos os momentos são seus.

Eu tinha que dizer, alguma hora meu orgulho tinha que me deixar dizer tudo isso a você.
então eu repito,
se não quiser me ver nunca mais, nem me abraçar, nem me beijar.
Eu tentarei entender.
mas eu tinha que confessar, eu sabia que estava apaixonada desde a primeira vez que te vi, sentada naquele banco do parque, escrevendo coisas que jamais pude ler à espera do por-do-sol. E também tive conhecimento de que você se transformou em todos os meus pensamentos e sonhos a partir daquela festa, a partir do nosso primeiro beijo e todas as coisas que aconteceram depois.
Então afirmo, sou uma tola, uma louca.
E pergunto sem medo, com as pernas bambas, com o coração acelerado : você compartilha da mesma loucura?

E se isso for um sim,
Namora comigo e seremos felizes em nosso tempo.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Quando olho para o nada... 3

- Descobri um jeito de abrir os cadeados -

Segurei o cadeado, ele era muito grande. Normalmente os cadeados são envolvidos pela minha mão, mas esses eram muito maiores. Esse era o primeiro cadeado, joguei o feixe de luz da lanterna sobre o cadeado que estava na minha mão. Na sua superfície, em alto relevo, tinha uma figura que a muito tempo não tinha visto. Não sou aquela pessoa que lembra das coisas na mesma hora, mas essa era diferente. Era a figura de uma bailarina, sua roupa era preta e em sua cabeça, uma coroa lhe dava um toque de sofisticação. Era a mesma bailarina que eu tinha ganhado de um amigo, quando ainda era criança. De repente surgiu uma linha de raciocínio, uma ideia talvez meio absurda, talvez meio obvia. Soltei aquele cadeado e comecei a correr por aquele corredor. Acho que descobrir um jeito de abrir os cadeados.


Finalmente achei o que eu estava procurando, estou parada em frente a uma das minhas portas de lembranças. Essa porta era uma das que eu mais visitava enquanto estava no meu subconsciente, "Ganhei um presente" era o que estava escrito na sua identificação. Guardei a lanterna desligada no bolso da minha calça jeans. Girei a maçaneta e entrei. Meus pés ralavam no piso de madeira, o vento que saia da janela batia na minha face fazendo os meus cabeços voarem um pouco. Fechei a porta, olhei ao meu redor. Estou no meu antigo quarto de criança, as paredes eram rosa, onde as prateleiras eram cheias de bichinhos de pelúcia. Tinha uma garotinha sentada na minha cama, as cobertas cobrindo o seu corpo ate a sua cintura. Suas costas estavam encostadas contra a cabeceira da cama. Ela tinha nas mão uma pequena bailarina de roupa preta e uma coroa na cabeça, a mesma que tinha naquele cadeado. Seus olhos estavam focados na bailarina, parecia que aquilo era o que movia a vida dessa garota. Dei alguns passos em direção dela, não podia ver a sua face. Ela era tão delicada, tão encantadora olhando aquele pequeno objeto de porcelana. É meio estranho achar que não a conhecia, mas aquela garota sentada na cama, era eu.


- Fernanda... - Sussurrei. A garota retirou os olhos da boneca de porcelana, seus olhos eram simplesmente puros, de uma criança ingenua.
- Sim... Mas quem é você? - Sua voz era doce e delicada.
- Eu ? Sou você um pouco mais velha.
- É claro, isso é apenas uma lembrança. O que você quer de mim?
- Eu ainda não sei ao certo, mas tem alguma coisa em relação a essa bailarina.
- A minha pequena Alice?
- É, a nossa pequena Alice. Acho que ela é a chave para abrir um dos cadeados.
- A chave? Cadeados?
- Uma das portas esta cheia de correntes e cadeados, preciso abri-la. Preciso da nossa pequena Alice.
- Não sei o porque de "essa" porta esta cheia de correntes e cadeados,mas eu  não acho que não vou poder ajuda-la muito.
- Não vai? Mas eu pensei que você...
- Você sabe que não posso ajuda-la, sou apenas uma lembrança sua e se eu passar esta porta e entrar naquele corredor, vou acabar desaparecendo para sempre. 
- Quero muito abrir aquela porta, preciso que você me entregue a Alice.
- Eu amo muito ela, ela é tudo o que eu tenho agora. Eu não posso fazer isso.
- Confie em mim, - uma lagrima caiu do rosto dela - Ajude-me.
Acho que a única ajuda que posso lhe oferecer e lhe entregando a pequena Alice. - As suas mãozinhas apertaram a boneca de porcelana.
- Juro que vou traze-la de volta. Eu prometo. - Lhe dei um sorriso de confiança.
- Obrigada, muito obrigada. - Suas mãos estavam esticadas com a boneca, peguei a bailarina.


Um pouco antes de sair daquela lembrança, a garota me chamou. Ela me entregou um pedaço de papel e a caixinha onde tinha vindo a bailarina. Agora falta pouco para abrir o primeiro cadeado.