quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
E quando o carnaval passar...
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Conto de fadas.
Estávamos todos no bar, comendo, bebendo, rindo. Nada de especial, nada que pudesse ser o ponto alto da noite. Pudera, era quarta-feira. O bar nem estava tão cheio assim, para falar a verdade, tirando a nossa mesa, eram mais 4 ou talvez 5. Já estavamos à beira da embriaguez quando uma mulher se aproximou de mim. Olho com olho, o mundo parou. Arqueei as sobrancelhas para demonstrar minha confusão. Ela não era só uma mulher qualquer. Nunca é, não é mesmo? Por trás desses encontros aleatórios ( ou não ) sempre tinha uma história, na maioria das vezes, triste.
Essa história não era diferente, não tinha uma página só dela, não era um caso isolado, muito menos um capítulo a mais. Era igualzinha a todas as outras. Aconteceu que eu conheci essa mulher, aconteceu que eu a chamei para sair e … Aconteceu. Loucamente apaixonada por ela. Mas não, eu não era tão burra, ou será que fui? Provavel que tenha sido, mas meu orgulho não me deixaria confirmar isso. Um dia, pela manhã, estavamos na cama, acabando de acordar de uma noite de amor, estava tudo bem. Conversa normal, caricias normais, até o café era o mesmo. Quando o sorriso lindo dá lugar a seriedade perigosa. E então aquele conto de fadas começou a mudar.
- Renata, tenho que te contar algo. - não gostava quando a conversa começava por ai... - Eu queria te dizer isso há muito tempo... Só não conseguia por que você me faz um bem tão grande que eu não queria estragar tudo isso. Mas eu preciso te dizer. Não por que eu quero, por que sei que tudo o que fizesse agora vai para o ralo, mas... não ando sendo uma pessoa digna..
- O que? - interrompi – Fale logo, Andreia!
- … Eu tenho uma namorada.
O resto vocês já devem saber como foi, choro, gritaria, dor, chocolate, reclusa. Nem preciso dizer o quão mal fiquei, porra, eu me apaixonei por ela e nesse dia eu percebi que era tudo uma ilusão. Os corações partidos que lerem isso, devem imaginar a dor que senti. Mas passou um tempo, e ainda bem que o tempo é o melhor cumplice para ajudar a catar os restos do coração. Para ser exata, passou um mês.
E lá estava ela, na minha frente. Meu coração parecia explodir. Ficamos nos encarando, eu não conseguia dizer nada e parece que ela tampouco.
- Renata... - acho que ela não sabia bem como começar. Se fosse outra época eu acharia tudo isso muito engraçado. Mas eu estava curiosa e séria, como nunca estive na vida. Ela mexeu no cabelo com as mãos, meio que sem jeito. - ... Eu não consigo te esquecer, e cada segundo que estive longe de você parecia que tudo era um vazio. A sua falta me traz uma tristeza muito grande. Terminei com a minha namorada uma semana depois, não estou querendo te provar nada, mas é que eu não conseguia vê-la da mesma forma, o meu coração já não era mais dela. Eu sinto sua falta, e... eu poderia dizer que se eu voltasse atras sairia tudo diferente, mas ficaria pior. Não teria me encontrado com você, tampouco lhe beijado e aí, eu não descobriria o amor que sinto por você. Sim, eu te amo e sei que fiz merda sem tamanho, não estou pedindo um perdão, não estou pedindo uma chance, estou pedindo um recomeço e se você por acaso pudesse esquecer as dores que te provoquei e pudesse começar tudo de novo, eu faria do melhor jeito possível, por que agora eu tenho muito o que perder. E aí, você topa?
Não preciso dizer que a mesa toda estava muito quieta. Não preciso dizer que eu estava muito quieta. Não consegui processar o que ela dizia, não conseguia lembrar das palavras ou sequer que eu tinha um chão. Atitude inesperada, surpresas. Ela era mesmo uma caixa de bombons. As frases aos poucos iam caindo na minha mente, acho que demorei demais para esboçar alguma reação, ela fez uma cara triste e foi dando meia-volta. Meus amigos não pronunciaram palavra alguma, silêncio. Aquela era a mulher que eu estava apaixonada, ou melhor, que eu estava amando, indo embora na calçada com um semblante triste. Se eu ficasse lá, eu a perderia. Eu perderia uma parte feliz da minha vida. Entre prós e contras minhas mágoas estavam pesando demais naquela balança. Foi então que compreendi o que o tempo queria me dizer. Me levantei de súbito, me preparando para ir ao seu encontro quando um amigo me puxou pelo braço e me disse “Não acredito que vai atras dela! Ela te magoou muito” e retruquei no automático “A vida é curta demais para nos prendermos as magoas do passado.” puxei meu braço para perto de mim e sai correndo para alcança-la. A calçada nunca foi tão longa. Cheguei passando a mão em seu braço até chegar na mão, que apertei com carinho e não soltei. Dei um beijo na bochecha e sorri.