segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Seu feitiço se desfez.

Sua mágica acabou,Seu cheiro já não se faz presente em minha'lma.
seus olhos já não povoam meus sonhos,posso dormir tranquila sem pensar em você
E sabe aquelas lindas músicas vindas de países que nunca estivemos?
elas já não significam mais para mim.

Nossa despedida sutil.
Nosso gostar se desfazendo como pó.
É tão simples,não acha?

Você percebe?
Aquele abraço longo traçado por nossa incontrolável quimica,agora não passa de uma mera ação?

Ainda me lembro que só de olhar para ti me dava vontade quase que animalesca de beijar sua boca.Era algo que me amedrontava.
mas passou,tão significativo e rápido quanto chuva de verão.

Para mim,você só passa de uma menina confusa com medo de escuro,
mas relaxe já passei por isso.

Deixe menina,sua mascara cair.
Deixe menina,seus sonhos voarem.
Deixe menina de ser besta.

Pare de se contradizer.Pare de ir com as pessoas,por que as pessoas,menina,te abandonam.Tome cuidado,por que só o espelho pode dizer quem é você.As pessoas?são tão destinadas ao erro quanto nós duas.

Sua mágica acabou e seu desenho não bate mais na minha porta.
Ei,menina,pode fazer o que você quiser,eu não dou a minima.
Eu não sou daqui.
O anel que tu me destes era vidro e se quebrou...

domingo, 29 de agosto de 2010

Novos X-Mens 01


Se eu tocar em você, as suas lembranças e os seus sentimentos são transferidos para mim. UAU! Realmente é surpreendente a extensão de meu poderes. Eles são incríveis. Com apenas o toque de um dos meus dedos tenho as lembranças, os sentimentos e provavelmente os poderes de outras pessoas.

Liguei a televisão, como sempre não passava nada de interessante. Desliguei-a, peguei minhas luvas negras, algum dinheiro e sair para beber.

A rua estava vazia, durante a noite escura e mal iluminada. Havia a algum tempo que não me divertia, não lutava, não treinava. Os X-mens não existem mais. Depois da morte do professor Charles Xavier, os alunos simplesmente se dissiparam. Sem noticias, sem visitas, sem telefonemas, nada.

As ruas estavam sujas e cheias de cartazes anti-mutantes. Um mutante não pode mas andar pelas ruas de sua cidade sem ser apedrejado ou xingado. Encontrei um barzinhos depois de duas quadras da minha casa. O lugar estava cheio de pessoas velhas e bebadas. Algumas me olharam de forma estranha, como se tivessem medo de mim. Outras cochicharam algo. Sentei-me no balcão e pedi uma bebida. O garçom colocou para mim um copo de cerveja espumante. Bebi um gole.

Uma pessoa atras de mim se levantou. Não me importei, continuei bebendo minha cerveja. Ele se sentou ao meu lado, olhei para ele de lado. Usava um boné preto e óculos escuro. Fiquei surpresa. A décadas não via aqueles óculos. Era ele. Scott Summers.

- Oi Anna.
- O que você esta fazendo aqui, Scott?
- Senti saudades.
- Muito tarde para isso. Me deixe em paz.
- Preciso de você Anna, preciso dos seus dons, da Vampira. Preciso que você faça parte de novo dos Xmens.
- Por que ?
- O governo esta capturando mutantes para experiências. Querem acabar conosco, Anna. Precisamos impedir isto.
- Não sei se devo, Scott.

[...]

Continua em "Novos X-mens 02"

Escrito por Rafael Afonso - Raf 's.


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Descrença.

Dedico esta carta para aqueles que ainda não desfrutaram da pior sensação do mundo
aquela de perder o chão.Eu Sinto que a musica anda saindo dos meus ouvidos.aquela
melodia sem alma,que devagar ia corrompendo minha alma,até não me restar mais nada.
Cantava assim,de maneira silenciosa,os gritos dos mortos-vivos,me chamando como se eu
fosse uma desgarrada para o estranho inferno que envolvia meu corpo.Minha mente se
desenrolava com um fio preso no novelo,definhando junto à mim.
A escuridão tomava conta dos meus olhos,do meu nariz,dos meus ouvidos.Tomava conta das minhas crenças,do meu coração.
Solitária,leve,louca.Abandonada.Quem poderia me encontrar nesse abismo?
Quem poderia me salvar dessa farça descrente?deste castelo de cartas marcadas.
Esperanças já não são bem-vindas no horror do planeta,ressoa então a musica,ressoa então as almas vendidas e roubadas,ressoa os amores não-correspondidos,ressoa o sofrimento.A Dor de não sentir por que outraora sentira demais.
De meus olhos descem lágrimas de sangue e pecado,feita de traumas e fantasmas de um
passado nunca esquecido ou sequer abandonado.
Em minhas veias correm a sangue-frio fragmentos de uma pessoa que nunca deixou seus
sentimentos as claras.Sem braços ou abraços,sem emoçoes ou sentimentos.Como um bicho do mato.Trancada e deixada como uma marionete sem dono.
Oras,será que você consegue me tirar daqui?
se conseguir,não tente.Eu não mereço esforços,lágrimas.Eu não mereço nada.
Não mereço seu amor ou compaixão.
Então me deixe.Me deixe morrer vivamente.Me deixe amaldiçoada,trancada nesse castelo que eu mesmo joguei a chave fora.Me deixe esquecida para o além.
Espero que você exista,espero que você cresça,espero que você não cometa o mesmo erro
infantil.Se apegue a alguém,tenha seu ponto de paz.Pessoas precisam de pessoas.
Não tenha medo de mostrar a ninguém o que sente.Não tenha medo do próprio medo.
Eu,por outro lado,já não tenho mais volta,já não faço mais esforço.Minha mascara é minha dona.
Não queria te abandonar.Não queria que me abandonasse.
quem eu sou?uma especie de mochileira,que ao invés de colecionar lugares,coleciona
amores.
quem sou eu?
Eu, sou a mais futil das bobas da corte.A mais tapada.Cega.Insensivel.Desconexa.
e você,quem é?

domingo, 22 de agosto de 2010

Conversa de msn.

Rafael diz:
ta foda!
preciso de coca
Harusame diz:
to com coca
mas me falta inspiração
eu kero minha inspiração
Rafael diz:
o que esta te faltando?
Harusame diz:
para escrever sobre você
quero minha imaginação
para pensar em vc
quero de volta minha vida pacata
meus sentimentos vazios.
Por favor,me devolva,meu coração solitário
por favor,me devolva meus pensamentos
Preciso daquele gramado verde,daquela brisa.
Preciso daquela flor,daquela ecologia
preciso daquele perfume,daquelas petalas.
preciso daquele tempo
que eu não te conhecia.
Agora,eu percebo a natureza girando,a paisagem mudando
agora eu percebo que as pessoas não passam de bonecos.
Agora eu percebo o significado daquela melodia encantadora.
agora percebo sentimentos
Agora entendo biologia.
Agora percebo que mesmo querendo aquilo tudo,nada aconteceria sem você.
Por favor,me devolva meu coração,sem nenhum arrannhão sequer.
oq achou?
Rafael diz:
Achei muito bom!
Harusame diz:
interessante .
tenho que falar que estou sem inspiração mais vezes.

Você é minha inspiração.

sábado, 21 de agosto de 2010

Capítulo 9 - Jantar Parte 1


Continuação de "Capítulo 8 - Convite"

To muito nervoso. Não sei como agir na frente dele, não sei me comportar na sua presença. O simples fato de saber que ele está perto me deixa apavorado, eu acho. O jantar estava marcado para as oito horas, agora faltavam alguns minutos para as oito horas.

Posicionei o dedo sobre a campainha, pressionei-a. A porta se abriu. Era ele. O pai da minha namorada, meu sogro. Ele puxou um pouco a manga de sua blusa, olhou para o seu relógio e logo para mim.

- Você é pontual, Rapaz. - Ele não sorriu, não fez uma expressão onde eu pudesse me sentir mais confortável. Simplesmente o meu medo aumentou.

Fiquei parado em frente para ele.

- Entre!

Eu entrei, a casa estava completamente envolvida pelo aroma de comida. Minha barriga estava roncando ou estava revirando de medo, impossível saber. Me sentei no sofá, ele se sentou na poltrona que ficava ao meu lado.

- Vai demorar um pouco para o jantar, quer beber alguma coisa? Que tal um pouco de vinho ou um whisky?

- Não, obrigado.

Ao seu lado, tinha uma mesinha onde uma garrafa de whisky gelado estava acompanhada de dois copos pequenos. Coloquei o ramalhete de flores que tinha trago em cima do sofá, eram para a mãe de Rebeca. Ele encheu um dos copos de whisky.

- O que você faz rapaz?

- Ensino médio.

- E quantos anos você tem?

- Tenho 17, senhor.

- Um ano mais velho que a minha filha. - Bebericou um pouco o whisky. - E desde quando vocês estão namorando?

- Três meses.

- E nesse tempo quantas vezes vocês transaram?

- O que?

A mãe de Rebeca entrou na sala.

- O jantar já esta na mesa.

Será que ja posso dizer que foi salvo pelo gongo?

[...]

Continua em "Capítulo 10 Parte 2"

Escrito por Rafael Afonso - Raf' s.


quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Capítulo 8 - Convite.

Continuação de "Capítulo 7 - Dúvidas".

Tem alguma coisa errada com ela. Posso sentir isso. Sua insegurança em seus movimentos, em seu olhar e em sua respiração eram notáveis. Olhei ela nos olhos, ela me escondia alguma coisa. Não sustentou o olhar, se virou para o lado. Passei a mão em seu rosto.

- O que houve Rebeca?

- Não é nada, não.

- Não mente para mim. Você está escondendo algo. Eu sei que esta.

- Matheus, eu não queria... mas... - Ela parou para respirar.

- Foi alguma coisa que eu fiz?

- Não,não,não. E que...

- Fala.

- Tudo bem. Minha mãe descobriu a embalagem do teste de gravidez...

- Como assim? Teste de gravidez?

- É que eu achei que estava...

- Você esta grávida, Rebeca?

- Não. Eu só fiz...

- Então porque você fez um teste de gravidez?

- Deixa eu falar, Theus.

- Desculpe.

- Então, minha mãe descobriu o teste de gravidez que tinha feito. Ela contou pro meu pai.

O pai dela? Eu nunca pensei em conhece-lo, talvez seja porque eu tenho medo dele.

- Theus, ele quer que você jante com a gente sexta à noite.

Droga! O que eu faço?

[...]

Continua em " Capítulo 9 - Jantar Parte 1 "

Escrito por Rafael Afonso - Raf 's.

sábado, 14 de agosto de 2010

Era mais uma noite de verão

e eu estava no seu quintal,olhando para sua janela com um violão nas costas...era mais uma noite de verão..ainda me lembro bem...fazia um frio gostoso.Treinei aquela musica por duas semanas seguidas,estava nervoso.Me lembro bem do que senti quando lhe vi pela janela.Me lembro bem do seu sorriso invadindo minha alma,as estrelas se apagaram em respeito a você.
O medo e a vergonha eram maiores que eu..até começar a cantarolar,a melodia que não me deixava dormir.Nossa música,e apenas nossa.
Naquela noite,se me lembro bem,o cachorro de um vizinho latiu,nenhum carro passou,era noite de lua nova.
Naquela noite,se me lembro bem,você vestia uma camisola quase transparente,ficou linda nele,combinava com a rosa vermelha que eu,um romantico da rua,tinha trago.
Cantei a música o mais alto que pude,para o mundo inteiro escutar meu coração,sentir meu espirito livre.
Naquele momento,eu me senti um romeu e você,minha doce julieta.Mas sem aquele drama familiar..
Por que,querida,nós somos livres.E de todos os complexos problemas que eu tinha,foram resolvidos quando você apareceu na minha vida.
Por que,querida,foi você que me fez ser uma pessoa melhor.
E mesmo com todos esses clichès e fragmentos de uma lembrança que jamais será apagada,eu digo,vivamente,que te amo.

Mas eu não te amo por que o dia está bonito ou a lua está atraente,eu te amo nos momentos mais horrendos,eu te amo nos momentos mais vibrantes ,te amo tanto que chego a não ter folêgo ou palavras iludidas de um sonhador para escever,pensar ou imaginar.
Naquela noite,se me lembro bem,você sorriu para mim,aplaudiu,e desceu para me abraçar.
Naquela noite,se me lembro bem,você tinha um cheiro doce de inocência,me beijou com aqueles lábios macios.
Naquela noite,eu não consegui dormir sem te imaginar como um anjo,não conseguia lembrar de nossas desavenças.Sentia a brisa e a falta de luminosidade.As mechas do seu cabelo,sua pele morena.E enquanto eu estava em minha cama,eu ouvia a musica,cantada por ti,em meus ouvidos,e era assim que eu adormecia e assim que eu ainda adormeço.
Aquela noite,somente aquela noite,eu pude sentir por um instante que você foi minha.
Apenas naquele instante,naquela fração de momento,naquela noite de verão.

Capítulo 7 - Dúvidas.



Continuação de "Sozinhos Parte 2"

Droga! Droga! Droga!
Isso só pode ser brincadeira.Está atrasada, ela nunca atrasa, sempre no mesmo dia. Pelo meus cálculos já era para ter acontecido. Droga de tabelinha. Pior, nem cólicas senti.

Será que estou ...GRÁVIDA?

Estou morrendo de medo. Calma, deve ser engano meu, acho. Abri a caixinha do teste de gravidez. Estou muito nervosa. Peguei a bula e comecei a ler, pelo que entendi tenho que pegar um pouco de urina e colocar no copinho. Depois tenho que pegar uma "varetinha" se ficar rosa é positivo e se ficar azul é negativo, mas tenho que esperar um pouco.

Fiz o que foi recomendado, urinei no potinho, coloquei a "varetinha" agora só tenho que esperar.
Fui para o meu quarto, deitei na cama. Preciso esquecer disso por um momento. Esse assunto não sai da minha cabeça. Droga!Peguei o telefone, pensei em ligar para o Matheus. Mas ele precisa ficar sabendo disso?

Disquei o numero dele. Apenas dois toques e ele atendeu. Ouvi sua voz, fiquei com medo. Desliguei por reflexo.

O telefone tocou. Atendi. Era ele.

-Rebeca?

- Oi Matheus! - Minha voz saiu trêmula, dava para perceber.

- O que esta acontecendo? Sua voz está estranha.

- Matheus. - Falei confiante. - Tenho que te contar uma coisa.

-O que houve?

-Eu acho que estou... - Fui ate o potinho, peguei a "varetinha"ela estava... AZUL. Nunca estive mais feliz. - Estou MUITO feliz.

- Eu também...

Conversamos algumas coisas e logo desliguei. Deitei na cama aliviada, era só questão de tempo para acontecer. Para...

[...]

Continua em "Capítulo 8 - Convite"

Escrito por Rafael Afonso - Raf 's.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Aventura.

Era tudo tão platônico.Feito sempre as escuras,dentro de pequenos mundos,minimalista.
Era tudo tão singelo,sutil,frágil que eu tinha medo de segurá-lo,sustentá-lo.
Era tudo tão perfeito,inocente,louco que eu tinha medo de cair e me misturar com suas doces cantorias,ser misturada as suas tintas feitas de lágrimas e sangue de um passado repleto de ironia e sofrimento.
Era negro,era seguro,era escondido.Era quase como uma barca para o inferno,para o não-feito,o inexistente universo.Uma floresta da mais pura utopia.
pureza.Era sem dúvidas o que mais me motivava a entrar naquela toca de lobos.
Movida por um desejo desconhecido de me aventurar naquele sedutor abismo que me levava para sabe-se-lá-onde.
Eu não ligava para os prejuizos,para os sacrificios,tudo o que me interessava era o final.Tudo que sempre me movia era o simples desenho de descobrir.
Poderia entrar nas covas dos leões,escalar uma torre enorme,ir para o centro da terra,para o sonho mais louco.
Ser picada pelo veneno mais mortifero.Ser pisoteada pelo maior animal.Não me importava mais.não mais.
Não sei onde quero chegar,quero andar e andar e andar e andar sem ter medo de ter medo.
Quero seguir até a linha que separa o mar do céu,quero caminhar sobre as nuvens,quero dormir em campos verdes tomada pelo sol e pela lua.

Quero me aventurar.Quero descobrir.Quero o Perigo.Quero o mais doce veneno.Quero você.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Capítulo 6 - Sozinhos Parte 2.

Continuação de "Capítulo 5 - Sozinhos Parte 1".

O vento gelado da noite apagou a ultima vela que ainda iluminava o meu quarto. Rebeca estava deitada sobre meu peito nu, seu braço me envolvia e suas feições eram nítidas. Estava feliz, satisfeita.

Acho que realmente descobrir algo hoje. Eu estou feliz. Não por mim, mas por ela. Deixa-la feliz me deixa feliz. Talvez isso me faça ama-la mais, faça me preocupar mais. Algo dentro de mim diz que realmente encontrei o que estava dentro dos livros e filmes de romance: o amor verdadeiro. Não é apenas beija-la, é protege-la.

Seus toquei delicado e suave me despertou de meus pensamentos.

- O que você achou? - Perguntei sem jeito.

- Meu coração estava certo. Ia ser especial.
Passei a mão entre seus cabelos. Ela suspirou.

- Rebeca, estou feliz por isso ser realmente especial para você.

- Eu também.

Continuei afagando seus cabelos cor de mel. Ela simplesmente ouvia as batidas do meu coração.
Sabe o que realmente vale a pena? Não é simplesmente o ato, mas o depois. Senti-la tocar sua pele após nosso momento de luxúria. Deixa-la ouvir as batidas de seu coração após faze-la feliz. Ver seu sorriso me faz feliz. Quero que seja sempre assim. Amor de verdade.

Ela adormeceu sobre os meus braços. Passei a mão novamente em seus cachos cor de mel. Só tinha uma coisa que vinha em meus pensamentos.

"Te amo Rebeca! Para sempre."

Adormeci ao seu lado, amando-a mais do que nunca.

[...]

Continua em "Capítulo 7 - Dúvidas"

Escritor por Rafael Afonso - Raf 's.

domingo, 8 de agosto de 2010

Capítulo 5 - Sozinhos Parte 1




Continuação de "Rosa Colorida."

O fogo é quente e instável. Ascendi a ultima vela que estava em meu quarto. Me virei para ela, Rebeca estava de olhos vendados, somente esperando pela minha ordem para que tirasse a venda.

- O que você esta fazendo Theus? Estou ansiosa!
- Ainda não terminei. Calma !

Me aproximei dela. Dei-lhe um beijo molhado. Estávamos sozinhos em meu quarto, meus pais haviam saido com minha irmã. Toquei a sua pele macia de sua face e sussurrei em seu ouvido.

- Pode tirar a venda.

Rebeca tirou a venda de seu olhos.
- Eu quero, Rebeca, que a nossa primeira vez seja especial, a sua primeira vez seja algo assim. Especial.
- Matheus.

Ela me abraçou, quero que a nossa primeira vez seja inesquecível.

- Theus, eu ainda estou com medo. Mas acho que estou pronta. Quero muito que seja com você.

Apertei-a sobre meu peito. Beijei seu pescoço suavemente. Dava para perceber, ela ainda estava com medo. Devagar a tensão em seu corpo foi diminuindo, ela estava relaxando. Retirei o prendedor de cabelo dela. Os fios cor de mel cairam sobre a sua face. Ela estava entrando em êxtase. Retirei parte de seus cabelos de seu rosto e beijei-a novamente.
Suas mãos estavam retirando minha blusa, e jogou-a no chão. Nossa respiração ofegante dava ritmo a nossa luxúria.
- Eu quero Theus, mais do que nunca. - Ela disse ao meu ouvido.

Desprendi seu sutiã. Ela parou de vez. Toquei em seu rosto com as pontas dos dedos. Rebeca colocou seu dedo indicador sobre minha boca. Olhou em meus olhos, sorriu de leve.

Deitei sobre a cama, ela ainda de pé. O quarto iluminado a luz de velas dava o toque especial. Seus olhos verdes refletiam as chamas quentes e instáveis. Ela deitou sobre mim. Nossos corpos estavam em sintonia, ardendo em chamas.
Beijei-a novamente.

- Te amo Theus.

[...]
Continua em "Sozinhos. - Parte 2"

Escrito por Rafael Afonso -Raf 's.

O indesejável sentir.

Eu senti um impulso elétrico no momento em que nossos olhos se encontraram.
Da mesma forma e hora eu senti uma alegria,calor e o medo.Principalmente o medo.
Aquele sorriso me impedia de pensar.Aquele olhar me impedia de dormir.
Um furacão louco de incertezas e sentimentos que antes eu nunca havia sequer provado agora esbanjava de uma forma tão crescente e exponencial que poderia ser comparado a uma tsunami,ou uma erupção.

Mas a grande pergunta que me rondava era:será que vale a pena?
quero dizer,tenho medo.Medo de sofrer.Acho que ninguém gosta de sofrer.
Então,todas as músicas de Legião urbana começaram a fazer algum sentido...na verdade,todos os sentidos.Eu não conseguia mais me mover,perdi a vontade de puxar conversa com outras garotas,de beija-las.
Tudo isso por causa dessa infeliz.Estou em xeque.

Eu tenho um monte de coisas para me preocupar e a única coisa que vem na minha mente é "eu preciso ver aquele sorriso de novo" ...tão de cheio de malicia.
Eu não era assim,nunca fui.Então por que isso?Esse sentimento cruel,desenfreado,louco?Eu não queria isso agora,aliás,não quero isso nunca!

Uma vontade desordenada...de punho até mesmo selvagem,de tê-la para mim.De beijar sua boca e acordar então com seu maravilhoso sorriso.
Um precisar sem precisar.
Uma insanidade sem o insano.
Um medo sem ter.
Arriscar,acima de tudo,mesmo que no final a tendência seja sofrer.
É hora do contra-xeque.

Me aguradem ;D

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Capítulo 4 - Rosa Colorida.


Continuação de "Capítulo 3 - Te amo de verdade".

Não sei porque, mas as vezes deixo o medo consumir meu coração. Tenho medo de não saber ama-la, de não saber faze-la feliz. Minhas inseguranças não fazem de mim um covarde, fazem de mim um homem. Um homem de verdade.

As vezes, tocar a pele dela me faz tremer, me deixa sem graça. Sentir o seu perfume me deixa inseguro, sem reação. Beijar os seus lábios me faz ter a certeza que existe o amor de verdade, me faz completo.

Imaginar minha vida sem ela agora é como estar em um quarto escuro de olhos vendados, sem um destino certo.

Arranquei uma pequena flor do jardim, era uma linda rosa colorida. Uma pétala de uma cor diferente. Tinhamos um encontro, estava proximo de meu destino. Como sempre minhas inseguranças eram mais forte do que eu. Parei por um momento, olhei para a rosa, aproximei a flor do meu nariz podendo sentir o seu aroma. Ele é único. Continuei a andar, avistei ela em nosso ponto de encontro.

Ela estava parada em frente ao chafariz em formato de golfinhos. A luz do sol era refletida sobre os jatos de água do chafariz formando um pequeno arco-íris. Ela usava um vestido azul, sua cor favorita. Sorriu quando cheguei.

- Você esta lindo, Matheus!
- Obrigado. - Acho que corei um pouco, talvez eu tenha dito mas para mim do que para ela.

Entreguei-lhe a rosa.
- Feliz aniversário, Rebeca!

Ela pegou a flor, sentiu seu aroma e sorriu.
- Obrigada.

Me abraçou, colocando sua mão direita em meu paletó e seu ouvido em meu peito. Abracei-a. Toquei meus lábios em seu cabelos.
- Te amo Rebeca! - Eu lhe disse.
- Eu também!

[...]

Continua em "Capítulo 5 - Sozinhos Parte 1".

Escrito por Rafael Afonso - Raf 's.

Lago.


Cansei de me emocionar vendo filmes de romance. Cansei de esperar um príncipe encantado que me faça feliz, que me faça completa. Eu quero ser abraçada em dias frios e tristes, quero sorrir em dias quentes e felizes. Quero poder acordar e poder olhar para o lado e ver que todos os meus sonhos ainda existem, que ainda podem se realizar.

Toquei a ponta do meu pé na agua gelada do lago. O céu estava nublado, estou sentada no deque de madeira. Sozinha, simplesmente sozinha. É aqui que passo a maior parte dos meus dias. Gosto de sentir a brisa fresca do lago tocando em minha pele, gosto do aroma da floresta ao redor do lago. Me deitei no deque com os pés submersos na agua gelada. Adorava olhar para o céu, sonhar um pouco.

TUM! TUM! TUM! CABUM!

A agua gelada caiu em cima de mim. Me levantei rapidamente. Olhei para o lago, não acreditei no que vi. Um garoto de cabelos negros e ombros largos. Ele emergiu.

- Ei, você me molhou inteira!
Ele sorriu.

-Você continua sendo a mesma resmungona de sempre Emy!
Parei de vez. A muito tempo ninguém me chama de Emy. Será que ele é aquele garoto da minha infância?

- MARCOS?
Ele sorriu novamente. Colocou uma de suas mãos no deque e se apoiou para subir. Parou na minha frente. Ele tinha mudado claramente. De um garoto raquítico para um homem malhado. Parei de reparar nele. Saquei o que ele queria. ele me abraçou, tentei me soltar mas seus braços eram enormes.

- NÃO MARCOS! NÃO! EU NÃO QUERO...
CABUM!

Ele me jogou no lago. A agua gelada tocou a minha pele. TO MORRENDO DE FRIO! Subi para respirar.

-Caramba Marcos, eu te disse...
Estávamos de frente um para o outro, de repente o meu sentimento mudou de raiva para... indecisão. Não sei o que estou sentindo. Ele tirou o cabelo de meu rosto, olhei nos olhos dele.

-Emy... - Sussurrou ele.
Pudi sentir sua respiração. A agua não estava mais gelada. Ele beijou suavemente meus lábios. Começou a chover. Ele beijou de novo, suavemente. Colocou as mãos em meus cabelos. Agora ele me beijava, enquanto os pingos de chuva caiam no lago fazendo pequenas ondas em volta de nós.
Ondas estas que levavam minhas desesperanças, enquanto as gotas cristalinas que caiam do céu me davam novos motivos para acreditar, sonhar...
Eram como preces, selando o momento.
O beijo, antes suave, agora era profundo. Separei-me ofegante por ar, estúpida necessidade humana. Agora seu doce halito quente tocava a pele de minha face provocando leves tremores e choques que desciam por toda minha espinha.

- Emy... - Ele sussurrou meu nome, novamente.
Fechei meus olhos afim de absorver e gravar na minha mente o som perfeito de sua voz, parecia surreal.
Eu nada disse, puxei-o para mim, palavras ali eram desnecessarias, so queria seus labios sobre os meus.
Um encaixe perfeito.

Deus, há pouco estava negando a existencia desse sentimento, estava desistindo de buscar! Creio que a vida nos prega peças, guarda para nós o que tanto queremos e quando estamos diante da desistência: BUM.
Ali está.
Não importa o que irá acontecer daqui pra frente, o que vamos fazer e dizer...
Só quero viver o momento, me preocupar com o presente e não o amanhã. Sentir as borboletas se agitarem no estômago, que há muito tempo estavam adormecidas.
[...]

Escrito por Rafael Afonso e Rayssa Brasileiro.

domingo, 1 de agosto de 2010

Os três mal-amados de João Cabral de Melo Neto.

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.