sexta-feira, 24 de junho de 2011

Quando olho para o nada... 2

- O retorno -

Ouvia o som do relogio a noite inteira, eu não conseguia pregar os olhos. Quero muito saber, quero muito mesmo saber. Quem é aquele garoto? Porque tantas correntes? Me revirei na cama, olhei o relogio na cabeceira . Ainda era três horas da manhã. Acho que eu não conseguirei dormir mesmo. Abri a gaveta do criado mudo, retirei o meu mp3 com os fones de ouvido. Liguei-o e coloquei em um volume alto. tentei fazer a magia acontecer, aquele lance de olhar para o nada, de entrar no meu subconsciente.


Droga, não consigo. Me levantei  da cama, puxei o meu edredon e caminhei ate a varanda do meu quarto. A noite estava muito linda, era noite de lua cheia. O vento balançava as folhas da árvore do meu quintal, me sentei em uma cadeira de balanço que ficava na minha varanda e me enrolei no edredon. A lua estava realmente linda, poderia olha-la a noite inteira. Olhava fixamente para a luz da lua, quando dei por mim a luz da lua tinha se tornado a luz de uma lampada elétrica. Eu estava novamente naquele corredor. O corredor das minhas lembranças.


Hoje eu estava preparada, caso eu encontra-se aquela porta outra vez eu saberia o que fazer. Andei pelo corredor por algum tempo, ontem não parecia ser tão grande. A luz começou a falhar, parecia que eu estava chegando perto. Mais alguns passos e ela logo se apagou, parei . Olhei para os lados, tinha duas portas. Uma de cada lado do meu corpo. A porta da direita estava identificada como "A praia", a porta da esquerda "Acampamento". Me virei para a porta da esquerda e abri-a.


Essa porta dava no meio de uma floresta, era noite e poderia ouvir algumas canções que são cantadas em volta da fogueira. Fechei a porta e comecei a andar em direção das cantigas. A luz da fogueira facilitava a minha caminhada. Fiquei atras de um arbusto onde poderia ver as crianças em volta da fogueira cantando cantigas e  um adulto que tocava um violão. Eu era a garotinha que tinha um lenço branco com pequenos corações vermelhos em volta do pescoço, isso foi porque naquele acampamento peguei uma maldita alergia. Não participei da maioria das atividade do acampamento e todos me evitavam.Essa não foi uma boa lembrança. Devagar andei em direção a uma das barracas, não queria ser vista por ninguém. Vocês podem achar que é loucura minha, mas sim, podemos interferir em algumas lembranças quando nos envolvemos com ela. Por isso quero que "essa" lembrança permaneça neste estado. habilmente entrei dentro de uma das barracas e roubei uma lanterna. Agora preciso voltar para o corredor e achar aquela porta. 


As luzes começaram a falhar e finalmente apagaram-se, liguei a minha lanterna. Andei ate encontrar aquela porta. Era era a única porta diferente das outras. Ela não era pintada, os entalhes era feitos por um ferro quente onde as marcas escuras ainda estavam nítidas. Dei uma pequena olhada nas correntes. Todas as sete estavam com enormes cadeados. Um em cada corrente. Porém estes cadeados não comuns,  neles tinham um desenho diferente em cada. Eu não faço ideia de como vou abrir esses cadeados.


Preciso achar um meio de abri-los.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Catarse

Ainda estou em processo de recuperação.
fazia quatro semanas que eu tinha me separado dela.
estava em um bar qualquer,em uma avenida qualquer de um bairro qualquer.
não importava de fato onde eu estava.A única mesa em que sentia-se o medo de solidão.
Foi um processo muito dificil para esquecê-la,e eu sabia que aquelas quatro semanas não eram o suficiente para me esquecer de você,nem do seu cheiro,nem do seu riso.Aquelas semanas não fariam meu espirito livre como eu queria.Isso iria demorar muito e enquanto isso ia me desabando,caindo do voo que comecei sozinha.feridas não cicatrizam tão rápido,infelizmente.
E doía quando ela passava por mim na escola,e doía quando ela pegava o mesmo onibus,nem comentarei da dor que arranhava minha alma e me arrancava gritos e lágrimas afundadas no travesseiro quando ela falava comigo ou flertava com outra menina.Não,vocês não entenderiam isso.Era parecido com uma explosão muito forte no meu peito,sempre imaginei essa cena,não pergunte o porquê.
eu estava presa aquele sentimento,estava presa a ela e não sabia como eu poderia me libertar.
Eu não fazia a menor ideia do que fazer.E a angustia que eu sentia quando eu me pegava pensando nela ou nos lugares e coisas que poderíamos ter feito e não fizemos.
Por que o tempo - ou o destino ou sei lá o que for isso que planeja nossas vidas - não esperou um pouco mais para nos separar?
então passou mais uns 7 meses,não sei,perdi a conta conforme o mundo mudava,conforme eu mudava.
E me descobri pensando em você de novo.De uma forma diferente.Não mais raiva,não mais remorso,culpa ou angustia.nada de medo.Mas mesmo assim é algo que não sei explicar.
Me deprime,não me faz bem o que estou sentindo por você,mas eu acho,eu penso...não,não é um pensar....é mais como um viver,é necessário.Isso,que eu não tenho a menor ideia do que seja é necessário.É como um tornado ou uma ventania menos agressiva mas com a mesma intensidade cruzou o meu caminho,uma alegria veio me invadindo,e é como se eu entendesse toda a teoria das portas e lições que eu,mal-criada e teimosa,não quis aprender,me ceguei e vivi no escuro para não notar o que estava mais do que claro.E mesmo assim,sem poder explicar o que é,fico feliz que de alguma forma você me ajudou a ser quem eu sou.E querendo ou não eu tenho uma parte de você em mim e você,querendo ou não,tem uma parte minha.
Foi tudo aprendido pelo inconsciente,pelo coração,pelo cérebro,pelo corpo.absorvendo tudo isso,uma energia maior se preferir.
E em meio a esse tornardo,ou ventania,me libertei das amarras que tinha,me libertei sem querer,e assim eu pude realizar o que eu queria realizar desde o principio,quando nos conhecemos,posso,assim dizer que vivi uma experiencia que jamais experimentei,uma droga que jamais utilizei,algo que eu nem sabia da existência,experimentei em você,no sentimento que tive por você ,mas que demorou a vir, e o conjunto de toda a obra se transformou em uma catarse.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Quando olho para o nada...

-O corredor das minhas lembranças-


Me encontro encostada na parede do meu quarto, abraçando os meus joelhos novamente. Estava com os fones de ouvido no volume maxímo, a janela estava aberta e o meu olhar vagava pelo nada. Era assim que eu entrava no meu subconsciente, assim que faço para achar as mais loucas historias ou os mais loucos contos.


Esse é o único lugar, onde a minha mente vaga sem limites. Onde eu vou quando estou neste estado? Vago insanamente em um corredor cheio de portas, suas paredes são de tijolos a vista. Não da cor normal, mas um pouco sujos com o tempo. Suas portas são todas de madeiras, da cor branca. Todas elas tem uma identificação. Onde posso abri-las e ver as minhas lembranças ou simplesmente criar novas. Porém esse corredor do meu subconsciente é mal iluminado. Li uma vez que isso significa as incertezas da minha mente. Não tenho a convicção que seja verdadeiro, mas acredito que seja verdade. Porque isso faz um pouco de sentido na minha vida.


Me aproximei da primeira porta, na identificação tinha escrito em letras cursivas negras :" 11 meses". Toquei na maçaneta fria e girei-a devagar. O click da porta se abrindo era bem audível, empurrei-a. Nesse instante poderia ver  exatamente um quarto de criança. Uma mulher jovem de boca avermelhada sentada em uma poltrona aninhando uma criança de colo, ela tinha o sorriso mais lindo que eu tinha visto na minha vida, ele exalava  felicidade. Não sei ao certo, mas meu coração batia mais forte, eu sabia que era ela. Ela olhava para aquele rostinho pequenino, me parecia que nada poderia abalar aquele sorriso, era pura felicidade. Eu estava encostada no portal da porta, ela nem sentia a minha presença. Eu era invisível aos seus olhos. Nada do que eu fizesse poderia distrai-la. Surgiu um grande sorriso na minha face, por um instante me toquei que aquela era minha mãe e aquela criança era eu. Acho essa a perfeita recordação que eu terei dela.


Fechei essa porta, segui adiante no corredor, andei por um tempo. Dava para perceber a lógica das identificações nas portas. Parecia estar em ordem decrescente. Abri outra porta, instantaneamente foi sugada pela porta. Me agarrei com tudo no portal da porta. Droga, porque eu não li o que estava escrito na porta? A minha visão estava sendo bloqueada por uma especie de neblina, calma ai, as minhas roupas levemente tornavam-se molhadas. Não era uma simples neblina, na verdade olhando direito, estou a mais de sete mil metros de altura. Meu Deus, como isso é possível? Onde estou tudo é possível, é a minha mente, o meu subconsciente. Ah lembrei, esta porta é a do meu primeiro pulo de paraquedas. Forcei um pouco para tentar voltar para o corredor, um vulto preto cortou  a nuvem caindo a uma velocidade surpreendente. Levei um susto, mas sabia que era eu. Forcei um pouco mais, pude voltar para o corredor e fechar a porta.


Nunca tinha andado tanto por esse corredor, a luz na minha frente começou a falhar, um pouco depois apagou completante. Continuei a andar, minhas mãos contra a parede.O corredor parecia ter acabado, esbarrei em uma porta. Mas o que me surpreendeu não foi o que estava escrito nela, não poderia ver nada, foi o som de correntes que a envolvia. Tate-ei a porta, pude contar no minimo sete corrente com enormes cadeados. Essa não era uma porta comum, tinha um relevo diferente, um aroma diferente, uma identificação diferente. Deslizei meus dedos sobre a porta, senti uns sulcos nelas, como entalhes. Segui o formato dele, era um formato de coração, mas não era todo. Era somente as bordas. Dentro tinha umas letras, onde deveria ser  a sua identificação. Contornei os entalhes dentro do coração, formava um letra. A primeira letra era o  "J". Depois a letra "U". E assim "L". "I". E finalmente a ultima letra"O".


Eu sussurrava enquanto contornava as letras - "J" "U" "L" "I" "O". Julio? Mas eu não lembro de ninguém que se chama Julio. Ou será...


TUM... A escuridão rapidamente foi se clareando, o som das corrente foi se tornando o som que saia dos meus fones de ouvidos, em um piscar de olhos eu estava novamente encostada na parede abraçando os meus joelhos e com algumas perguntas na minha cabeça. Quem será esse "Julio"? Porque todas as correntes? Quando vou te conhecer?


Eu preciso saber mais.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Noticia.

Avião cai sobre o mar,piloto morre,passageiros e co-piloto saem quase ilesos

-E o que achou dessa experiencia?
- Achei incrível,nada mais lindo.
- mas você acabou de viver uma experiencia de quase morte...
- sim,foi lindo,o cheiro da morte tomando conta do meu corpo e adrenalina bombardeando meu coração para as ultimas batidas até então...tudo acabar.E ainda por cima,eu teria visto a paisagem mais bela de toda a minha vida.
-E qual seria essa paisagem?
-O azul do céu se chocando com o azul do mar,com uma velocidade tão rápida quanto de alegre para triste,de vida para morte...Aconselho à todos a viver essa magnifica experiência.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Posso dizer que um dia...

Me abrace, me aperte.
Me ame, me idolatre.
Faça de mim a sua mulher esta noite, faça de mim parte de você.

Puxe os meus cabelos, morda o meu pescoço
Bata na minha cara, me chame de vadia.
Me faça subir as paredes, me faça implorar por mais.

Mesmo que isso seja apenas por essa noite, posso dizer que um dia consegui realizar o meu sonho.
O problema virá na manhã seguinte, quando eu vou querer repetir tudo de novo e você não vai estar aqui para isso.

você verá

eu vou achar o amor da minha vida.
você verá.
mas depois que isso acontecer,
iremos nos separar.
e só restará as boas lembranças
só restará histórias

Eu irei encontrar essa menina.
não duvide de mim.
eu vou cair de amores por ela.
vou sentir uma felicidade jamais vista

vou sorrir para o nada.vou correr em direção à ela
será tão forte que eu terei medo.
será tão forte que eu vou explodir.

E no final só restarão sonhos
e o cheiro dela no meu travesseiro.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Em viagem

Quisera eu acreditar de que o tempo poderia levar as mágoas que cercavam meu corpo,quisera eu acreditar que esse mesmo tempo poderia lavar meu corpo e junto minhas lágrimas.

Mas a verdade é que isso não aconteceu.Não,nunca acontece como queremos,o destino é bem mais misterioso e nublado do que podemos perceber,compreender.

Meu coração foi sempre intinerante,nunca parando na mesma garota.Acontece que de uns tempos para cá,nas ultimas milhares de festas e shows que fui eu sempre te encontrava,e dos mil beijos que dei,das centenas de bebidas que tomei e das dezenas de camas que experimentei,vi sempre seus olhos,sempre seu corpo,sempre sua pele e principalmente sua voz,mesmo que nunca estivesse lá,mesmo que não frequentasse esses lugares.Até de cigarros passei a gostar,tudo por tua culpa.

E onde você está agora que senão no meu coração?
Com quem você está nesse momento que senão eu?

Já não sei de tuas viagens,já não sei de tuas drogas.
Já nem sei se te conheço mais.

me mantenho louca por que não mais consigo viver sóbriamente.
a lucidez é muito sólida,muito fria,muito só.
Vivo das aventuras,incertezas,dos perigos.
Vivo em extrema loucura.

já nem sei mais como passei do consciente para essa mistura de sensações.
A linha Tênue,nunca foi tão nitida.
Eu vivo a cerca de experiencias,
eu vivo a cerca do novo

Louca,patética,bebada e atrapalhada afim de que um dia eu possa te reencontrar e finalmente tomar minhas drogas por mim mesma,enfim não viver mais nessa tristeza,nessa depressão,nessa vida sem nada.
você é a minha mistura de sensações e enquanto eu não te tenho,preciso aprender outra alquimia.


Sempre os mesmos olhos.

Eram pequeno olhinhos de caramelada. Olha-los me fazia sentir uma sensação um pouco estranha, uma sensação de proteção. Isso é um pouco estranho para mim, alguém que vivia sozinho. O garoto sorriu, eu sabia que ele me seria um problema. Tinha que me livrar dele,o mais rápido possível. Não que ele não seja uma graça, mas ele era menor de idade. Eu tinha apenas vinte e dois anos. Mas eu não conseguia, sempre olha-va naqueles olhinhos de cor caramelada. Onde eles me faziam recuar sempre que eu tentava larga-lo.

Sabia que no fundo eu tinha que protege-lo, sabia que no fundo tinha me apaixonado. Minha mente sabia que me apaixonar me traria problemas, mas porque não me entregar? Ele só tinha dezesseis anos. Não que a idade seja um fardo, mas não to afim de me enrolar com os pais desse garoto.

Estava em duvida sobre o que eu queria da minha vida. Posso ter o homem que eu quiser, mas aqueles olhos. Sempre os mesmos olhos, os olhos que despertava em mim essa sensação. Nenhum outra pessoa tinha me deixado dessa maneira, é por isso que tenho que protege-lo.