segunda-feira, 24 de outubro de 2011

para vc.

e chega um determinado ponto em que preciso ficar só,preciso pensar,preciso conhecer.Viver outras paisagens,outras pessoas,outros lugares e ares. Sinto muito,mas talvez eu não sinta. Nunca fui presa à lugar algum,à pessoa alguma,talvez nem à mim mesma. É necessário e de extrema urgência que eu aprenda algumas coisas,que eu posso me recriar aos poucos. Ando fazendo isso há um tempo,mas não dá para se recriar vivendo no mesmo mundo,com as mesmas dores,mesmas pessoas... entenda,eu preciso disso. Eu preciso aprender algumas coisas e esses pensamentos burgueses não vão me ajudar em nada,só atrapalhar, entenda que eu preciso ser punida e só assim chegarei onde quero chegar. Eu volto,eu prometo à você que volto. Enquanto isso,peço um favor,não conte à ninguém sobre minha fuga. Confio demais em você,assim como eu acho que você confia em mim. Não se chateie. Eu preciso disso por agora.

sábado, 22 de outubro de 2011

Capítulo 6

NOTAS BAIXAS
AMANDA

Ele era lindo, realmente muito bonito. Suas covinhas nas bochechas me fascinavam, tinha cabelos pretos em um corte tipo social. Belos olhos azuis e uma barba por fazer. Não tinha como alguém parecer tão bonito quanto ele. Apesar dele ser um pouco mais velho do que eu , tiria por volta de uns vinte e sete ou vinte e oito anos. Sem perceber desenhava alguns corações no emu caderno de gramática, quando percebi apague todos. Não poderia parecer uma garota infantil que ainda desenha corações no caderno. Tomara que nenhuma das minhas amigas tenham notado isso. Sua voz me envolvia e entrava em meus ouvido como uma sinfonia inebriante. Era grossa e muito masculina. Seu nome? Era Roberto. Eu normalmente o chamava de professor.


O sinal do termino da aula tinha tocado, todos os alunos começaram a arrumar as suas coisas e saérem para a próxima aula. Antes de eu sair , ele veio ate a minha carteira. Uma forte sensação percorreu meu corpo. Sentia-me inebriada com o seu perfume que poderia sentir por ele estar tão proximo de mim. Porém esse estado foi quebrado por sua voz grossa e ao mesmo tempo macia. Ele disse que caso não tire melhores notas poderia ter que repetir o ano inteiro. Fiquei um pouco pasma, não poderia reprovar. O que ele iria achar de mim? Antes de sair ele deixou um bilhete, peguei e guardei-o em as folhas do meu caderno.

Não era para isso que tinha pegado aquela cueca do Matheus, mas ele iria me ajudar a estudar para a proxima prova. Todos os dias depois dos treinos dele de futebol, ele passava na minha casa e estudavamos um pouco. Eu queria passar de ano e ao mesmo tempo impressiona-lo.Em uma desse nosso encontreo de estudo, se é assim que posso chama-lo, estava mexendo em um de meus cadeernos e um pequeno papel caiu. Matheus tinha recolhido do chão, mas retirei de suas mão mais rápido do que ele podia imaginar. Tinha esquecido completamente daquele pedaço de papel. Matheus insistia que queria ler, eu  protegia-o como uma muralha impenetravel. Ele sorriu um pouco e começou a fazer pequenas suposições. Tinha certeza que era de um dos meninos da nossa sala. Estava ficando tarde, Matheus despediu-se e me fez prometer que contaria todo para ele amanhã. Olhei o bilhete e não podia acreditar, estava escrito apenas alguns numero. Demorei um pouco para descobrir que era o seu telefone. Não poderia ficar mais feliz.

sábado, 15 de outubro de 2011

Capítulo 5

FINAL DE SEMANA
REBECA

Esse foi o primeiro final de semana que meus pais brigaram e pelo jeito não teria volta, não tinha ideia de quanto tempo aquilo poderia durar. Aquela briga toda parecia que nunca teria um fim. Perguntava-me o que teria acontecido com eles, onde eles tinham errado, quando o amor começou a virar odio. Talvez nem tanto odio, porém não era amor. Discutiam por qualquer coisa, mas depois de um tempo aquilo nem parecia que tinha acontecido, mas essa briga foi diferente. Eles não estam se falando. Meu irmãozinho chorava muito toda vez que eles começavam a brigar, eu tentava acalma-lo passando a mão em sua cabeça e dizendo que aquilo iria ter um fim. Meu coração começava a duvidar dessa certeza.

Tentava ser forte na frente do meu irmão, mas por dentro estava chorando como uma condenada. Naquela noite não podia conter o choro, precisava de um abraço ou algo parecido. Peguei o celular e digitei qualquer número, apertei o botão que realiza ligações e coloquei-o no ouvido. Uma voz atendeu, era de homem e pelo jeito estava dormindo. Podia sentir pelo tom de voz. Comecei a falar, parecia que minha voz não saia. Quando ela saia, sia ao galopes. Nem eu mesma entendia direito o queria dizer. Ele me dizia para me acalmar, mas não conseguia. Respirei fundo, e de uma só vez disse o que estava acontecendo. Ele fez silêncio por alguns minutos. E disse apenas para me encotrar em uma pracinha que ficava perto da minha casa.

Estava frio, muito frio. Tinha pegado apenas uma blusa e saido escondida de casa. Tinha amarrado meu cabelos loiros encarracolados antes de sair. Tinha certeza que era o Bernardo ao telefone. Sentei em um balanço enquanto esperava por ele. Meus pensamentos voavam de forma aleatoria, porém apenas esses rodeavam uma unica fonte que se chamava separação. Não podia imaginar isso acontencendo e que apos nos mudarmos para uma nova cidade teriamos uma nova vida, uma mais feliz pelo menos. Fui despertada do meu ciclo de pensamento com um toque em meu ombro. Virei e deparei com um rapaz. Não era o Bernardo, apesar de se tão bonito quanto. Seu nome era Matheus, tinhamos nós conhecido na visita em sua casa quando a mãe dele chamou eu e Amanda para uma visita. Depois daquele dia tinhamos conversado mais vez, porém não lembra quando tinha anotado o telefone dele em meu celular ou como havia decorado. Meus olhos enxeram-se de lágrimas quando olharam os dele. Ele não me disse nada, apenas me abraçou. Em meio aos soluços tive uma estranha sensação de proteção. Podia ouvir claramente o que ele dizia: 

" Vai ficar tudo bem"

sábado, 8 de outubro de 2011

Capítulo 4


COMPRAS
MATHEUS

Odeio quando as minhas tardes são com a minha mãe, normalmente costumamos sair para fazer compras. São horas e horas de puro tédio, onde fico horas à fio esperando ela escolher o que vai levar pra casa. Fomos em uma loja no centro da cidade, era uma loja exclusivamente para mulheres e portanto não tinha nada que me interessava por lá. Mamãe pegou algumas roupas, pelo jeito era roupas de uma senhora de uns cinquenta anos. Ela tinha essa mania de tentar ter um gosto de uma mulher muito mais velha que ela. Foi para fora da loja, esperaria por lá.

Parecia que o tempo não passava, horas e horas e nada de minha mãe sair.Foi quando eu à vi do outro lado da rua. Impossivel não reconhece-la. Seus cabelos loiros e encaracolados brilhavam a luz do sol da tarde, eram lindos. Rebeca não estava só, estava com uma amiga (pelo menos é o que acho). Ela era bonita também, porém nem tanto quanto Rebeca. A garota usava seus cabelos negros e lisos amarrados como um rabo de cavalo e um ar de simpatia.Era Amanda. Pareciam verdadeiras amigas. Entrei na loja, tentei me camuflar entre as roupas femininas quando percebi que estavam atravessando a rua. Não podeia ser visto aqui fazendo compras com minha mãe, fazendo coisas de mulheres.

Elas escolheram algumas peças de roupa, tentava o máximo ouvi sua converça. Queria saber o que estavam conversando. Parecia algo muito engraçado, Rebeca dava algumas risadas e enrubrecia o rosto enquato Amanda falfa sem parar. Fiquei um tempo tentando entender desde quando elas saiam juntas ou ao menos tinham se conhecido.Por tras de cada arara de roupas, tentava me esconder delas. Tinha sorte por ser uma loja grande, se não estaria em calças justas. Rebeca pegou umas blusas e se dirigiu ao provador, Amanda porém sentou em uma das poltronas que ficavam em frente aos provadores para acompanhantes. Em poucos segundos Rebeca estava de volta, cada vez mais linda que a outra. Amanda resmungava alguma coisa e ela voltava com outra peça de roupa. Um pequeno surto veio em minha frente, minha mãe acabava de sair de um dos provadores e ficou de cara com Amanda. O que poderia ser pior?

- Amanda querida, você esta linda hoje! - Elogiou minha mãe, tipico dela.

- Bom dia, a senhora também. Como sempre! - Respondeu Amanda à altura. Minha mãe ficou um pouco envergonhada, porém se refez em segundos.

- Comprando alguma coisinha??
- Vim com uma amiga, ver algumas coisas para ela. - Rebeca sai do provador, linda como sempre.

Amanda apresentou Rebeca a minha mãe, falou que estava encantada conhecer uma garota tão bonita quanto. Não poderia ficar pior quando minha mãe se deu conta da minha ausencia, virou a cabeça tentando me encontrar mas não me achou. Eu estava completamente escondido. Ouvi ela convidando as meninas para passarem mais tarde na minha casa. Disse que eu adoraria conhece-la. Rebeca sorriu e Amanda confirmou o convite. O que eu vou fazer?

sábado, 1 de outubro de 2011

Capítulo 3

MAGIA

BERNARDO


Ela era engraçada apesar de tudo, seus cabelos loiros e encaracolados eram mesmo bonitos sob o sol da tarde. Estavamos voltando para casa, eu e Rebeca meio que viramos amigos depois que descobri que ela também fazia aulas de música ápos a escola. Na nossa cidade não tinham muitas escolas onde poderiamos aprender música, apenas uma. Chamava-se Escola de cantoria da Senhorita Carmem. Não era um nome que eu colocaria em escola, porém era a única que tinhamos. Voltamos juntos para casa, pois moravamos um pouco perto um do outro. Praticamente uns três quadras de distancia. Não tinhamos muita coisa em comum, apesar dessa amizade ser um pedido do Matheus no começo mas parece que esta se tornando algo bem maior. Conversavamos de quase tudo, contei que nunca tinha tido um animal de estimação e ela contou que não sabia nadar apesar de morar proximo da praia.

Tinhamos aula durante as terças e quintas, com apenas duas horas de duração. Eu estava aprendendo a tocar guitarra, e ela violino. Não era isntrumentos parecidos, mas faziam música. em uma de nossa voltas para casa, uma coisa ainda ficava em minha mente. Rebeca havia dito que nunca tinha beijo ninguém. Fiquei dias imaginando o porque uma garota como ela nunca tinha dado o seu primeiro beijo, ate fiz algumas suposições porém nenhuma que fosse coerente. Hoje parecia um bom dia para tentar voltarmos a falar sobre aquele beijo que nunca tinha ocorrido.

-Sabe, fiquei tentando imaginar o porque uma garota como você ainda não ter dado o seu primeiro beijo. - Disse com um tom pensativo.

- Uma garota como eu? - Pensando bem, a minha pergunta tinha sido meio com um duplo sentido. precisava esclarecer, deu para perceber o rubro em sua face.

- Uma garota bonita, como você.
- Obrigada, mas estava querendo achar a pessoa certa.
-Como assim?
-Achar aquela pessoa que faça a magia acontecer. Dizem que você escuta sinos batendo e consegue ver fogos de artificios quando os seus labios toca naqueles da pessoa que você gosta.

Fiquei em silencio por um tempo, uma coisa tinha me ocorrido. Nunca tinha tido esse tipo de magia, de todas as garotas que tinha beijado nunca tinha ouvido sinos ou ter visto fogos. Parecia que ela tinha alguma razão. Sorri para ela, afinal eu também queria sentir essa magia.